segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Suposta cobrança pela realização de um parto em maternidade pública foi a polêmica da semana

Antonia Ilnete é moradora da cidade de Conceição de Lago Açu. Grávida, prestes a parir, ela se deslocou para Bacabal. Internada no hospital Veloso Costa, credenciado como a maternidade pública da região, Antonia disse que sofreu maus tratos pelo médico Francisco Guimarães, além de testemunhar que o mesmo lhe cobrou 1 mil reais pela realização do parto.

Segundo Antonia, o fato se deu às vésperas do reveilon. Sentindo dores ela foi inicialmente atendida por uma enfermeira. Depois da chegada do médico, foi examinada por ele de forma grosseira, até mesmo quando da realização do ‘toque’.

A denunciante diz que logo ao ser atendida já começou a sofrer constrangimento: “ Ele começou a me chamar de merda, falar do pessoal de Lago Açu, que aqui [em Lago Açu] é uma merda que não tinha nada”

Na reportagem colhida pelo repórter Israel Oliveira, do programa Bronca Pesada, Antonia diz que o médico Francisco Guimarães ainda a questionou sobre porque não tinha voltado para a sua cidade. Segundo ela, o médico havia anunciado o fim dos partos pelo SUS, o que ele teria chamado de ‘bondade’.

“Ele começou com ignorância comigo.. falou que essa bondade ia acabar a partir desse mês de janeiro. Falou que só ia tirar filho se tivesse dinheiro na mão”.

Denunciante diz que o médico cobrou 1 mil reais

No vídeo, a denunciante afirma que permaneceu no hospital sentindo dores e que o médico disse que não estava no momento de realizar o parto. Segundo ela, ao questionar, algum tempo depois, quanto custaria um parto, recebeu do médico a resposta que o parto seria 1 mil reais.

Ela relata na reportagem que para outra paciente foi cobrado o valor de R$ 1.200 mas que o procedimento terminou sendo feito por 600 reais.




A repercussão do caso

O caso veio à tona, devido à intervenção desastrosa do empresário Alexandre Lavepel. Militante na política de Lago Açu, ele foi chamao pela paciente para tentar resolver o caso. Criou outro. No afã de defender os direitos da paciente, discutiu com o médico terminou por se engalfinhar com o mesmo dentro do hospital.

Durante a semana, o empresário esteve em programas de televisão na cidade de Bacabal explicando o caso. Pediu desculpas pela exaltação, reconheceu o erro e continuou afirmando a denúncia de cobrança por um serviço que deve ser prestado gratuitamente.

Já a direção do hospital Veloso Costa emitiu nota de repúdio. Onde diz que o empresário Alexandre Lavepel agrediu fisicamente, verbalmente e “com ameaça de morte” ao médico Francisco Guimarães. Na nota a direção do Hospital explica que naquele dia o médico havia “realizado 5 partos cesarianos e vários partos normais” e que a paciente “ao ser atendida foi comunicada que não se encontrava em trabalho de parto, ficando em oservação e a cirurgia seria realizada nas primeiras horas do dia seguintes, se fosse necessário”

O caso é grave e deve ser apurado pelas instâncias competentes. O hospital Veloso Costa está prestes a fechar as portas. Em 2011 a direção do hospital acionou judicialmente a prefeitura de Bacabal por causa de um débito de meio milhão de reais (reveja)

Alexandre Lavepel é empresário no ramo de venda de veículos. Pré-candidato a prefeito de Lago Açu, deveria ter evitado chegar ao extremo do embate físico. Não é com truculência que os homens públicos resolverão os problemas por mais complexos ou urgentes que sejam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário